quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Modesto, Pinheiros busca título

Sem atletas da seleção, equipe tenta pôr fim a jejum de dez anos no Paulista contra o badalado Osasco


Equipe feminina, que fez a melhor campanha da fase de classificação, já ostenta melhor desempenho que o masculino, de Giba e cia.


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL


No início do Paulista de vôlei, a equipe feminina do Pinheiros era coadjuvante. Até mesmo dentro de seu próprio clube. Hoje, às 19h, no entanto, entra em quadra para o primeiro jogo das finais com novo status.

O time construiu a melhor campanha em um torneio recheado de estrelas da seleção. E terá a chance de definir o título em casa, pôr fim a um jejum de dez anos e acabar com a hegemonia do rival Osasco, que perdura por oito temporadas.

Um sucesso que a estrelada equipe masculina do clube ainda não conseguir alcançar.

Após anos de prioridade ao vôlei feminino, o Pinheiros encontrou um patrocinador forte e fez alto investimento para repatriar campeões olímpicos.

Giba, Gustavo, Marcelinho e Rodrigão vestiram a camisa da equipe no último Paulista. Mas caíram nas semifinais.

O Sesi, dos medalhistas Murilo, Anderson e Giovane -agora treinador- levou a taça.

No feminino, o técnico Paulo Coco, auxiliar de José Roberto Guimarães, é o único elo do Pinheiros com a seleção campeã olímpica. Algumas atletas do time já tiveram chance na equipe, mas não participaram das últimas conquistas do Brasil.

O Osasco, por sua vez, tem atletas consagradas e é favorito. Estão no elenco as campeãs olímpicas Thaísa, Carol, Jaqueline e Sassá, além de Natália, Ana Tiemi e Adenízia, novas apostas de Zé Roberto.

"Desde o começo, o foco maior ficou em Osasco e São Caetano [de Fofão, Mari e Sheilla]. Sabíamos que teríamos de fazer a melhor campanha para evitá-los na semifinais", afirma a levantadora Fabíola, 26.

A estratégia deu certo, e os dois adversários se enfrentaram por uma vaga na decisão.

O Pinheiros ainda teve a vantagem de usar a mesma base durante o torneio -sofreu só uma derrota. Seus principais rivais cederam atletas à seleção.

"Um dos diferenciais do nosso grupo foi manter o mesmo nível durante todo o campeonato, até em jogos teoricamente mais fáceis", diz Fabíola.

O time, porém, ficou sem seu treinador por alguns períodos.

"Quando eu volto, tento impor a elas uma cobrança daquele parâmetro [da seleção]. Elas têm de chegar àquele nível, então terei a mesma exigência e o mesmo padrão de treino. Até porque é aquele parâmetro que elas terão do outro lado da quadra amanhã [hoje]", diz Coco.

EMPURRA: LUIZOMAR DE MOURA DIZ QUE RIVAL DA CAPITAL É FAVORITO

Para o treinador do Osasco, o Pinheiros leva vantagem porque seu time cedeu muitas jogadoras à seleção durante o Paulista. "Elas disputaram todo o campeonato com a mesma equipe", diz ele.

No entanto as cinco titulares do Osasco que pouco aturaram no Paulista também adquiriram entrosamento com a camisa verde-amarela. A principal questão de Luizomar foi entrosá-las com a levantadora Carol. Ana Tiemi, que competiu com a seleção nesta temporada e chegou a ser titular, é reserva no clube.

Time aposta em atacante nômade

DA REPORTAGEM LOCAL

Lia tem só 24 anos de idade e cinco de carreira, mas fala como veterana.

A oposto do Pinheiros, principal responsável pelos ataques da equipe, já passou por seis times diferentes e foi obcecada pela seleção. Hoje, tenta encontrar estabilidade.

"Há uns três anos, eu pensava muito em seleção, queria porque queria. Isso me atrapalhou. Hoje sou mais pé no chão, aprendi que o trabalho coletivo também é importante e que preciso de tranquilidade. Chegar lá só depende de mim", afirma ela.

Em 2007/2008, Lia foi a maior pontuadora da Superliga. Na última edição, foi reserva no Osasco e não apareceu muito. Agora, tenta recuperar seu espaço. Neste ano, venceu o torneio amistoso Final Four com a seleção.

"É uma responsabilidade grande jogar em uma equipe com tantas conquistas", afirma ela.
Lia começou a jogar basquete e handebol na adolescência. Quando foi para o vôlei, sentia falta do contato físico. "Eu acho que isso dava adrenalina, mas aprendi que ali na rede ela pode ser bem maior." (ML)


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0212200924.htm
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0212200925.htm
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0212200926.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário